Wednesday, October 04, 2006

Poema Plágio
Vida de poeta é uma levada longa, árduo fardo sobre os ombros e breves momentos de calmaria. Vida itinerante. O ganha-pão ganha forma no papel. A idéia assusta, atormenta, assume o próprio corpo, informa. Depois fala: Me dê forma!
Vida de poeta cria e dá asas. Mas a poesia precisa andar para frente, ver novos tipos de gente, ganhar mundo, virar mundo, correr mundo. Os textos vão, o poeta não, ele fica. E insiste no meio da noite de caneta na mão. Assalariado com ganho por produção. As palavras como armas, envergando barras de metal, oxidando os homens aluminio e suas conjunções perfeitas. A palavra tenta.
E quando já amanhecendo, final de expediente, o poeta se deita - descanso merecido - uma nova palavra brota, bruta, a espera de ser lapidada. Novamente ele se entrega ao ato. Doma a fera, aperta o cabresto e diz: Auto lá, se é pra bater vou logo com os dois pés no peito. Não suporto textos pé no saco.
* Inspirado nos poemas do poeta Makely Ka

2 Comments:

Blogger flaviooffer said...

Caramba... E assim vamos vivendo!
A carregar as dores do mundo. A deixar livre a poesia, abrindo a ferida de nossa alma. Deixando escapar nosso último grito, átimo de consciencia adormecida.

7:25 PM  
Blogger marden said...

Se eu não conhecesse o makely e não conhecesse esse tal de Lucas Palhares eu diria: Cambada de picaretas de uma figa!
Mas eu conheço!

Parabéns!

8:24 AM  

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